quinta-feira, 5 de maio de 2011

Maldição dos deuses do futebol

Eles devem estar observando calmamente o caminhar dos clubes brasileiros na Libertadores de 2011. Sentados em suas gigantescas poltronas acima das nuvens, os deuses do futebol, olham os gramados da América com uma certa incredulidade Talvez alguns deles, mesmo com secular experiência e vendo, ao passar dos tempos, resultados históricos (a final de 1950 é um bom exemplo) não apostaria que, em uma mesma noite (digna de ser apresentada em um filme de terror: Quarta-feira 4), quatro clubes brasileiros fossem eliminados da competição mais importante das Américas.
O forte guerreiro e, às vezes, agressivo, Deus da Raça deve estar se perguntando: como foi que o Fluminense, capaz de reverter situações improváveis com muita disposição, disse adeus em terras paraguaias?
O lendário Deus do Belo Futebol, raramente visto mundo afora, com exceção de uma certa cidade espanhola, deve estar coçando suas longas barbas e matutando sobre a despedida do Cruzeiro que praticava o mais belo futebol da competição.
O Deus dos Campeões, que sempre acompanha de perto aqueles que levantaram a taça pela última vez, está pensando em como explicar a eliminação do Colorado em pleno Beira-Rio.
O Deus do Tempo nem estava tão preocupado com o Grêmio, afinal, sua eliminação começou na semana anterior quando caiu em casa.
E a culpa nem foi dos argentinos (lendários carrascos de equipes brazucas em competições continentais), mas, afinal, de quem foi?
Sentados em uma nuvem distante e escura, estão os deuses maus: o Deus da Falta de Humildade, inspiração para aqueles que acham que vão passar fácil pelo adversário, o Deus do Mau Futebol, que volta e meia dá as caras no futebol brasileiro...
Observando com os olhos atentos, está o Deus da Esperança, que acompanha os torcedores até o último segundo e que guiará o Santos em seu duro caminho pela América.
Os deuses da Raça, do Belo Futebol, do Tempo a até o dos Campeões também estarão observando calmamente em suas confortáveis poltronas o desenrolar desse campeonato, mais um dentre tantos nesse mágico e imprevisível esporte chamado futebol.
Mas, cuidado, nuvens escuras vindas de outros países sulamericanos prometem azucrinar a Libertadores do Peixe.
Que os bons deuses estejam ao lado do Brasil, se não...

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